A velha senhora
 



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A velha senhora

Roberto Schmitt-Prym


Depois daquela manhã passou a seguir a velha senhora. Andou por ruas cheias de crianças brincando, viu amantes de mãos dadas, passou por velhos andando lentamente pelas ruas da vida.
Quando a velha senhora entrava por uma porta gasta pelas marcas do tempo, e entrava por outra e mais outra casa, sempre aquelas pintadas de anos, esperava o tempo todo do outro lado da rua.
A cada morte morria um pouco. E continuou a persegui-la, constantemente.
Quando chegou a um palmo da velha senhora, deu-se conta de que estava no meio da rua movimentada. Olhou-a nos olhos, já muito cansados, e perguntou:
— Pode ser agora?
— Ainda não! — ouviu como resposta.

 

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